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quinta-feira, 24 de março de 2016

Lula vem para o governo de um jeito ou de outro, afirma Dilma

POR WALDIR JUNIOR DE SALVADOR BAHIA
FONTE AGÊNCIA O GLOBO

BRASÍLIA - Diante da repercussão internacional da crise política em que está envolvida, a presidente Dilma Rousseff reforçou nesta quinta-feira, a jornalistas estrangeiros, o o discurso de que o processo de impeachment carece de bases legais, e que tirá-la do poder sem justificativa é golpe. Segundo ela, o movimento que estaria sendo engendrado agora não se compara ao golpe militar executado na década de 60, mas o sucesso do impeachment seria a ruptura da ordem democrática. Dilma afirma que querem a renúncia dela para evitar retirarem um mandato legítimo de forma “indevida, ilegal e criminosa”.

— Nós tivemos golpes de Estado militares em nossa história. Em um sistema democrático, esses golpes mudam de forma. Cada regime tem seu tipo de golpe. A Constituição garante direitos e em um golpe você subverte esses direitos e perverte a ordem democrática. E isso é perigoso. Sem base legal, esse processo é um golpe contra a democracia. E as consequências disso não sabemos, porque não temos capacidade de prever o futuro — afirmou, segundo o diário espanhol El Pais.
Na véspera, os ministros do STF Dias Toffoli e Cármem Lúcia afirmaram que, se for respeitada a Constituição, impeachment não é golpe. A entrevista foi concedida a jornalistas do “El Pais” (Espanha), “The Guardian” (Inglaterra), “The New York Times” (Estados Unidos), “Le Monde” (França) e “Página 12” (Argentina).

O Guardian ressaltou que Dilma distinguiu o que seria o golpe atual do golpe militar que jogou o Brasil numa longa ditadura.
— Eu não estou comparando o golpe de agora com os golpes militares do passado, mas seria a ruptura da ordem democrática no Brasil — disse a presidente.
A decisão de convocar jornalistas de veículos internacionais vem sendo executada desde o início da semana. Depois que importantes publicações passaram a defender, em seus editoriais, a renúncia da presidente, José Eduardo Cardozo (advogado geral da União) falou com correspondentes estrangeiros em São Paulo, e Jaques Wagner (chefe de gabinete de Dilma) fez o mesmo no Rio.


Sobre a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu Ministério, que ainda depende de decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), Dilma disse que não há como impedir que ele ajude o governo, seja como ministro da Casa Civil, seja como assessor. De acordo com matéria do El Pais, a presidente afirmou que seu antecessor é “seu companheiro” e o defendeu das acusações de que ele só decidiu entrar no governo para escapar das investigações da Lava-Jato. Sua argumentação é que, com foro privilegiado, Lula passa a ser investigado pelo STF.


— O que acontece é que Lula iria fortalecer meu governo, e os partidários do quanto pior, melhor não querem isso. Agora, digo uma coisa: ou ele vem como ministro ou vem como assessor, de uma maneira de ou outra. Não tem como impedir.


Dilma concede entrevista a jornais estrangeiros - Roberto Stuckert Filho/ Divulgação Presidência

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