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sábado, 5 de março de 2016

COM AUTORIZAÇÃO DA ESCRITORA ANINHA FRANCO PUBLICAREMOS ABAIXO ALGUMAS CRÔNICAS SOBRE REPORTAGEM POLITICA DO NOSSO DIA DIA.
DE SALVADOR BAHIA, WALDIR JUNIOR

A opinião está em alta. Todo mundo escreve e diz o que quer

Depois que Dilma declarou sua honestidade, há coisa de duas semanas, seu guru político, Lula, que geralmente só fala de si mesmo, nesta semana garantiu aos seus blogueiros que inexiste alguém mais honesto que ele. Há controvérsias, escrevo eu. Maluf disse o mesmo numa edição do Globo dos anos Oitenta, ainda está vivo e, apesar de aliado de Lula, não vai ceder o título. Maluf conseguiu a proeza de não poder sair do Brasil  – ou será preso pela Interpol –, por ter roubado o Brasil. Detém a conquista de representar o povo brasileiro no Legislativo e ser foragido internacional por tê-lo roubado. Mas, reparem, pensando  bem, a depender da delação, Lula pode tornar-se mais honesto que Maluf.  
Porque a delação está em velocidade tão acelerada que embolou. Na última Veja, rolou matéria sobre as verbas que a empresa Polis, de Mônica Moura, administradora dos negócios de João Santana Patinhas, recebeu no exterior, que embolou com as delações de Cerveró, que delata tanto que parece que nasceu pra isso, e até renderá uma exclusiva sobre Jaques Wagner, que está nas redes comparado, fisicamente, ao comandante do Titanic. Parecem? Parecem! Ontem, Milton Pascowitch delatou o custo Zé Dirceu de, até, um milhão de reais mês e que por isso o dinheiro das consultorias, 20 mil de uma empresa, 30 mil da outra não dava.  Embobeci! No que é que um “guerreiro do povo brasileiro” gasta um milhão de reais por mês? E curiosei com o sucesso dos petistas nesse negócio de Palestras & Consultorias. Lula enricou com palestras sem ter lido um livro – fato de que se orgulha – e José Dirceu gastava um milhão de reais mês prestando consultorias.  
Opinião e delação parecem resolvidas. Opinião sem censura e delação sem tortura. Demoraram, mas chegaram no Brasil democrático. Existe o outro Brasil onde opinião e delação são combatidas e obtidas na porrada. Mas se as duas chegaram no andar de cima, chegarão no de baixo. Se o perigo de opinar se estendeu pelo século 20, no Brasil pós-republicano, pontilhado de governos autoritários entre uma democracia e outra, até o golpe civil e militar de 1964, aplicado, supostamente, para combater a corrupção, finalmente a corrupção tem sido enfrentada pelas instituições republicanas. É um momento único, apesar do nosso cansaço e da nossa indignação. Momento de Brasil República brilhando nesse amontoado de mentiras e marketings de petistas e aliados. Res pública saqueada por partidos e políticos, roubada por funcionários, enganada pelos poderes que deveriam lhe conduzir, mas resistindo democraticamente a tudo. 
No entanto, se Opinião e Delação estão admiráveis, as duas, uma registrando verdades factuais, denunciando, analisando para chegar à equalização necessária, a outra lavando o Brasil e a nossa alma com o Lava Jato, Oposição está num Brasil sem corrupção, com Petrobras lucrativa, inflação na memória do século 20 e Papuda vazia. Cadê a Oposição? A frase é repetida mil vezes todos os dias e as respostas dizem, sempre, que é tudo farinha do mesmo saco. Passou da hora de fazer farinha nova e boa.

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