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quinta-feira, 31 de março de 2016

Ato contra impeachment leva milhares ao Centro de Salvador

Por Waldir Junior de Salvador, Bahia

Manifestantes voltaram a fazer uma caminhada em apoio à presidente Dilma Rousseff na tarde desta quinta-feira (31) no centro de Salvador. O grupo protesta contra andamentos do processo de impeachment, considerado por eles um golpe na democracia brasileira.  Além de Salvador, outras cidades baianas também registraram manifestações, como Feira de Santana, Ilhéus e Juazeiro.
Vestido majoritariamente de vermelho e ao som de gritos de "não vai ter golpe", o grupo saiu do Campo Grande em direção ao Campo da Pólvora, onde existe um monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. Um trio elétrico acompanhou o percurso. A estimativa da Polícia Militar é de 12 mil participantes no ato.
"Essa manifestação de um lado representa a defesa da democracia e da liberdade. Não aceitamos desrespeito à Constituição, ao Estado de direito e queremos acima de tudo a preservação da democracia em nosso pais. Hoje também é a data em que houve, em 64, um golpe militar que resultou na prisão, tortura e assassinato de milhares de brasileiros e também a extinção de partidos políticos. Por tudo isso nós estamos nas ruas, não em defesa de um governo ou um partido, mas em defesa do direito da sociedade que o estado de direito não seja desrespeitado e que a gente possa construir um futuro para que nosso país que não tenha mais golpe", diz Walter Takemoto, do Movimento Passe Livre (MPL- Salvador).
O presidente do PSOL em Salvador, Fábio Nogueira, diz que o partido faz oposição ao governo do PT, mas não pode se omitir diante do que considera um golpe."Não há fundamentação para impeachment da presidente Dilma. Continuamos fazendo oposição a política do PT, à política de ajuste fiscal, mas defendendo nesse momento a democracia como valor", afirmou Nogueira.
Vaias na OAB
Durante a caminhada, alguns manifestantes pararam em frente à sede da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Avenida Joana Angélica, vaiando advogados que apoiam o pedido de impeachment de Dilma. A frase "A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura" foi gritada.
Já na Praça do Campo da Pólvora, em frente ao monumento onde estão os nomes dos militantes perseguidos na ditadura, os manifestantes cantaram juntos a música 'Para Não Dizer que Não Falei das Flores', de Geraldo Vandré, considerada hino de resistência contra a ditadura militar. Na placa onde estão os nomes dos desaparecidos, foram colocadas flores e o nome de cada um foi lido por Diva Santana, do grupo Tortura Nunca Mais.
Por conta da manifestação, o trânsito acabou sofrendo lentidão em várias ruas do Centro, na região do Campo Grande e do Garcia.
NOTA: Durante o trajeto tentei entrevistar algumas pessoas pois rondava um boato que o Governo do Estado (Leia-se Rui Costa PT) teria ordenado que os funcionários públicos que não eram concursados a irem a passeata com ameaças que a falta levaria a exoneração. Nenhum servidor publico quis falar sobre o assunto, alguns inclusive saíram  de perto, e,  como me senti ameaçado por estar fazendo o meu trabalho e não vendo mais segurança, me retirei. Tirem as suas conclusões. 

Foto: Arisson Marinho Correio

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