Choque séptico foi causa da morte de
Muhammad Ali
POR WALDIR JUNIOR DE
SALVADOR/BA
FONTE: BBC LONDRES
Ali foi três vezes campeão mundial e se tornou uma das maiores
figuras esportivas do planeta. Ele morreu na noite de sexta-feira (madrugada de
sábado em Brasília) em um hospital de Phenix, Arizona, Estados Unidos.
O boxeador de 74 anos sofria de doença respiratória, condição
que foi complicada pela doença de Parkinson.
Um funeral público será realizado na sexta-feira em sua cidade
natal - Louisville, no Kentucky.
"Ele foi um cidadão do mundo e iria gostar que pessoas de
todas as esferas da vida fosse a seu funeral", disse o porta-voz da
família, Bob Gunnell.
O ex-presidente Bill Clinton fará uma homenagem ao boxeador
durante o funeral. Ele foi uma das personalidades globais que vieram a público
para prestar homenagem para Ali neste sábado. Ele disse que o pugilista viveu
uma vida "cheia de convicções religiosas e políticas que o levaram a tomar
decisões difíceis e viver com as consequências".
Pelé, o rei do futebol, disse que o mundo do esporte sofreu uma
grande perda.
"Muhammed Ali abalou o mundo. E o mundo é melhor por causa
disso", disse o presidente Barack Obama.
Ali exerceu papel tão importante como ativista da igualdade
entre brancos e negros quanto como campeão nos ringues. Ele venceu 56 de suas
61 lutas.
Questionado certa vez sobre como gostaria de ser lembrado, ele
disse: "Como um homem que nunca vendeu seu povo. Mas se isso for muito,
então apenas como um bom boxeador. Eu nem vou me importar se não for mencionado
o quanto eu fui bom".
Muhammad Ali foi uma figura polêmica nos Estados Unidos. Durante
a época da segregação racial dos anos de 1960 ele se juntou a um grupo
separatista negro, a Nação do Islã - que rejeitava a abordagem inclusiva dos
líderes de direitos humanos como Martin Luther King.
George Foreman, que perdeu seu título mundial em uma luta que
ficou famosa em Kinshasa, em 1974, chamou Ali de o maior ser humano que já
conheceu.
"Dizer que ele foi só um boxeador é uma injustiça",
disse Foreman.
O ativista de direitos civis Jesse Jackson disse que Ali estava
disposto a sacrificar seus títulos e dinheiro quando, em 1967, se recusou a
servir as forças armadas americanas na guerra do Vietnã.
Aquela decisão foi amplamente criticada por boa parte dos
americanos. Ele perdeu seu título e teve que suspender sua carreira por três
anos.
Nascido com o nome de Cassius Marcellus Clay, Ali atingiu a fama
ao ganhar a medalha de ouro na categoria dos pesos-pesados na Olimpíada de Roma
de 1960.
Conhecido como "O Maior" - apelido que ele mesmo
cunhou - o americano venceu Sonny Liston em 1964 e ganhou seu primeiro título
mundial. Ele foi o primeiro boxeador a ganhar o campeonato na categoria dos
pesos-pesados em três ocasiões diferentes.
Ali então se converteu ao Islã e deixou de lado seu "nome
de escravo", tornando-se Cassius X e depois Muhammad Ali.
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