MÚSICA
Música online já representa um terço do mercado nos
Estados Unidos
POR
WALDIR JUNIOR DE SALVADOR/BA
FONTE
RIAA
A iniciativa da Sony de lançar um álbum, exclusivamente em formato
digital, é coerente com os rumos do mercado atual. O mais recente relatório da
Associação da Indústria Fonográfica dos EUA (RIAA), divulgado no mês passado,
mostra que a participação de serviços de streaming, como Spotify, Apple Music e
Deezer, saltou de 27% em 2014 para 34,3% no ano passado, batendo os downloads
pagos (34%) e as vendas de discos físicos (28%), entre outros.
Beyoncé lançou o álbum virtual apenas no Tidal do marido Jay Z
(Foto: Divulgação) |
O número de assinantes dos serviços digitais de música também teve um
aumento significativo nos EUA, onde quase 11 milhões de pessoas pagam para
ouvir música online. Ao todo, o mercado digital gerou lucro de US$ 2,4 bilhões
à indústria fonográfica em 2015, o que corresponde a um crescimento de 29% em
relação a 2014.
Por outro lado, os fãs de música parecem não fazer mais questão de
ocupar a memória de seu computador com canções: os downloads digitais
registraram queda de 10%, para US$ 2,3 bilhões.
A venda de música em formato físico continua em queda, com redução de
17% no número de CDs vendidos nos EUA. A surpresa é o crescimento na venda
dos velhos discos de vinil, que totalizou US$ 416 milhões, melhor
desempenho desde 1988.
Os artistas, no entanto, ainda se queixam do valor muito baixo pago
pelas plataformas digitais. Em 2014, Taylor Swift retirou seus álbuns do
catálogo do Spotify, alegando que recebia apenas US$ 0,007 (R$ 0,017) por
música tocada. Isso significa que, a cada 145 execuções o artista recebia
apenas US$ 1. Beyoncé, por outro lado, assinou exclusividade com o Tidal (do
seu marido, Jay Z).
Marcelo Monteiro, curador da Novíssima Música Brasileira, acha que,
apesar da tendência de crescimento do formato digital, o produto físico, ainda,
deve resistir em nichos: “No Brasil, o público de sertanejo ainda compra muito
CD. No rock e no independente, as tiragens são menores e os CDs chegam
para imprensa e fãs que gostam do produto físico . Acho que o futuro pode ter
um percentual de 60-30-10 (digital-CD-vinil)”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário