Com chuva abaixo da média, 2016 é um dos 10 anos
mais secos do Ceará
POR WALDIR JUNIOR DE SALVADOR/BA
FONTE: AGÊNCIA BRASIL
A Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) confirmou hoje (13) o que os prognósticos apontavam: 2016 é o quinto ano seguido de
seca no Ceará. A quadra chuvosa, período que vai de fevereiro a maio, em que
são esperadas chuvas mais intensas no estado, registrou precipitações 45%
abaixo da média histórica.
O resultado coloca 2016 na
lista dos 10 anos mais secos no Ceará desde 1951. De fevereiro a maio deste
ano, choveu 329 milímetros (mm), bem abaixo da média histórica de 600 mm. Das
10 piores secas no estado, quatro ocorreram desta década (2010, 2012, 2013 e
2016).
Segundo a chefe do Núcleo de
Meteorologia da Funceme, Meire Sakamoto, a Zona de Convergência Intertropical,
principal sistema meteorológico que atua durante a quadra chuvosa no Ceará, não
foi favorecida pelas condições do Oceano Atlântico e pela ocorrência do
fenômeno El Niño.
“Além do El Niño, que foi um
dos mais intensos da história, o Oceano Atlântico não contribuiu para as chuvas
no Nordeste. Na maior parte do tempo ele manteve-se na tendência de
neutralidade, não sendo favorável ao posicionamento da Zona de Convergência
Intertropical”, detalhou a meteorologista.
Com o fim da quadra chuvosa, a
preocupação agora é com o nível dos reservatórios de água cearenses. Os 153
açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do estado
estão com apenas 12% da capacidade. “Se olharmos o resultado da quadra chuvosa
em termos de impacto, isso mostra uma condição de aporte de água pior do que
2015. Vinte e cinco reservatórios estão secos. É uma preocupação crítica”,
alertou o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins.
Em março deste ano, o governo
federal liberou R$ 48 milhões para o
Ceará para investimentos em obras de convivência com a seca, como montagem de
adutoras de engate rápido e perfuração de poços.

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